quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

A fuga dos médicos portugueses

Num mundo globalizado, numa Europa aberta é natural que os médicos portugueses sejam seduzidos por salários mais algos, neste caso o dobro, do outro lado da fronteira. A Galiza, uma zona de Espanha onde a língua se assemelha mais ao português que ao espanhol, oferece 61.500 euros brutos por ano aos médicos. "O Governo galego pretende abrir portas a profissionais de saúde de outras comunidades autónomas de Espanha e de Portugal. E começou por Portugal por razões de proximidade". O Serviço Galego de Saúde oferece contratos com a duração mínima de um ano e máxima de três, com um mês de férias e as mesmas licenças, folgas e jornada laboral a que têm direito os médicos espanhóis.

Enquanto Portugal continuar a não valorizar os portugueses e a não entender que a saúde deve ser prioritária, o nosso SNS vai continuar a degradar-se. Cada vez mais temos nas nossas urgências e consultas médicos que nem português falam. Como pode um país manter os seus cidadãos saudáveis com médicos que não falam a língua dos mesmos? Como garantimos que um doente segue um tratamento adequadamente, se não conseguimos dar-lhe um médico que fale a sua língua?

Para quando oferecermos aos profissionais de saúde condições suficientemente boas para que não passem a fronteira e vão oferecer os seus tão necessários serviços para outro lado onde se sentem mais valorizados?


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