domingo, 4 de julho de 2010

Família e valores


Para mim, e gostava de acreditar que para a maioria das pessoas, a família é a minha prioridade. É, pela família, que me esforço, que trabalho, que vivo. Os pequenos prazeres da vida são, normalmente, as alegrias em família. Os momentos que passamos juntos sem outras preocupações e os sucessos que cada um de nós alcança.

FAMÍLIA

É uma palavra que significa aqueles que amamos, aqueles por quem lutamos. Significa por vezes, também, aqueles que nos aborrecem e nos angustiam, mas fazem parte da família e são aceites por isso mesmo, com todos os seus defeitos e qualidades.

Quando um membro da família tem problemas, todos os restantes se envolvem para o resolver da melhor forma. Cada família orienta-se de formas diferentes. Umas são patriarcas outras matriarcas. Em família normalmente vive-se em democracia e, pai e mãe, tentam, da melhor forma possível, dar o que podem aos filhos, orientá-los para que tenham sucesso na vida, tentando dar o exemplo, porque o exemplo vem de cima e os pais são os simbolos que os filhos seguem.

É desta forma que encaro também a família real. Encaro-a como se fosse a família de todos nós, que nos dá o exemplo que tem valores e nos dá valores, sendo o símbolo que precisamos para orientar a nossa vida. As famílias reais dos país que, inteligentemente, são monarquias são os símbolos, as orientações e o exemplo. Quando, em Espanha, foi anunciada a crise, o Rei deu o exemplo pedindo para que diminuam o orçamento da família real. As princesas e rainha passaram a aparecer em várias cerimónias com vestidos repetidos, porque, a obtenção de novos bens materiais, numa altura de crise, não são a prioridade, e é esse o exemplo que os membros da família devem dar.

Em Portugal, nesta república, aconteceu o contrário. A crise é anunciada mas não se desisitiu dos projectos de esbanjamento, dando o exemplo ao país que, se o estado pode endividar-se nesta altura porque temos de ser nós a privar-nos de novas coisas? E estado deu ainda o exemplo de trocar a frota de carros por BMW topo de gama dando, novamente, o exemplo que se pode gastar em altura de crise e fazendo com que todo e cada um dos portugueses, em vez de unirem esforços para tentar sair da crise, tentem um "salve-se quem puder" que seja "cada um por si", aumentando, através desta crise de valores que se vem agravando desde há 100 anos, a crise financeira. Esta crise de valores que está instauranda há muito tempo e vem aumentando e, sem uma mudança de governo, não me parece que consigamos sair dela porque, enquanto não tivermos como representante máximo de Portugal, uma família da qual conheçamos as origens, que conheçamos desde nascença, cujos valores saibamos quais são e nos sejam transmitidos também a nós, enquanto continuarmos a ter como representantes máximos, pessoas que não conhecemos de lado nenhum, que se servem do país e deixam crescer nele a corrupção e os jogos de interesse, não vamos conseguir sair desta crise. Porque quando não se tem valores fica-se mais pobre em todos os aspectos.

Não sei, porque não vivo, infelizmente, numa monarquia, mas aposto que, se tivessemos família real, seriam também eles (à semelhança do que acontece nos países monárquicos da Europa) a dar o exemplo de "apertar o cinto" para que todos os portugueses tivessem essa mesma consciência e, amando o seu país e mostrando valores, o resgatassem dessa crise financeira.

Idealismo meu? Não. Apenas olho para o lado e vejo que, nas classificações da ONU sobre países com maior igualdade social, 7 dos 10 primeiros são monarquias e Portugal, em termos europeus, se encontra no fundo da tabela... isso leva-me a crer que algo vai bem nas monarquias e muito mal nesta república.

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