domingo, 4 de janeiro de 2015
Soares desafia Cavaco Silva a pronunciar-se sobre Sócrates
Temos um ex-primeiro-ministro na cadeia por suspeitas de crime lesa-pátria. Isso, por si, já é uma vergonha para a nação. Mas sendo os primeiros-ministros políticos, tendo toda a sua base e apoio na política, não é surpreendente. É até expectável que os políticos comentam crimes. É triste dizê-lo mas é uma verdade.
Deve, no entanto, orgulhar-nos e deixar-nos até aliviados o facto de a justiça o ter apanhado e estar a tomar medidas para o julgar (esperam-se as cenas dos próximos capítulos e ninguém ficará admirado se o caso for arquivado com a suposta vitória socialista nas próximas legislativas).
O que deve envergonhar tudo e todos, seja qual for o resultado final, é termos um ex-chefe de estado em visitas constantes e defesas raivosas ao preso 44. Deve ainda envergonhar-nos mais que esse mesmo ex-chefe de estado sugira que o actual chefe de estado saia em sua defesa.
Isto é coisa que tenho a certeza jamais aconteceria numa monarquia, nem que seja porque raramente existem "ex-reis" e porque os reis não são políticos, são cidadãos que pensam no bem da nação que representam. Mário Soares, sendo um ex-chefe de estado deveria continuar a ser um representante da nação, mas revela que é (sempre foi) apenas um representante do Partido Socialista que sai, como um cão raivoso, na defesa, não de um cidadão, mas de um membro do seu partido. É, também isto, que se evita com a monarquia.
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